sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

TEXTO DE PAUSA NATALINA (REFLEXÕES)

 XVII

Às vezes parece que ser um humano em tempos atuais é se esconder em seus próprios desejos, se esconder dentro da sua própria liberdade, dentro de sua própria felicidade. É possível ver os relacionamentos migrando com facilidade de um corpo para outro na vida, os sentimentos fugazes se multiplicam atendendo a todos que aparecem no seu caminho, estendendo-se a grupos como consumo.


Tantos aparecem oferecendo verdades, amores e paixões simples, basta querer, minimalistas como uma escolha. Somos seres da sociedade, cidades, do pensamento, das emoções. As palavras, os termos se tornaram muito distantes das definições. Restritas aos que têm algum nível, algum passo, algo a oferecer, aos que trabalham para o “bem”, são essas as utopias meritocráticas da pureza dos que são pertencentes a algo seja politicamente, moralmente, cientificamente, espiritualmente ou religiosamente.


Aquilo que é natural está na natureza, a natureza é indiferente ao universo humano ela é inexorável.


Hoje somos uma criação da própria humanidade, criamos a nossa normalidade, nosso mundo ‘real’, o que é normal pertence a sociedade, são as Normas, todos buscam ser normais ou criar novas normas. Nossos sentimentos com a realidade da natureza se confundem, às vezes o medo e a indiferença tomam conta do real humano, nos apresenta a finitude, a destruição, permeiam entre a morte de Deus (crenças) ou da Natureza (realidade factual) - ambos se correlacionam.


Não conseguiremos destruí-los! Que pretensão achar que somos o mal para o mundo. A única coisa que podemos destruir é a ‘nós mesmos’, nossa própria espécie e nosso ambiente ao redor, o planeta é nosso jardim e nós mesmos. Embora sua preservação e conservação seja nossa existência, nosso sistema Ele - o planeta - pode ir embora a qualquer momento, para o universo não faz diferença, assim como os milhões e milhões de anos se passam . Estamos presos e livres no “Jardim do Éden” perfeitos. O que existe fora de nós é o próprio universo atemporal e infinito, inóspito que aparece e desaparece em escala de tempo e espaço que jamais alcançaremos. Eles são o tempo e o espaço, criando e retomando tudo com liberdade devastadora que não compete a nós humanos.


Lembrar que não passamos de uma partícula ínfima no espaço e no tempo. Nosso tamanho é tão insignificante assim como nosso tempo de existência tão breve como espécie. Todo o universo se expande, se renova, nossa espécie apenas acompanha e se finda.


Então o que vemos no horizonte é que o nosso objetivo na realidade é cuidarmos uns dos outros - da nossa própria espécie especificamente. Se cuidarmos do ser humano, todo o resto em nosso mundo será impactado em nossa breve existência seja individualmente ou coletivamente.


Um ser humano cuidado reduz os crimes, reduz a fome, a miséria. Um ser humano cuidado significa que não precisaríamos cuidar dos animais, das florestas. Um ser humano cuidado pode achar algo divino, um ser humano cuidado cuida da terra, do ar, do fogo, da água. Um ser humano cuidado produz, regula, equilibra.


O complexo é ensinar a cuidar do todo, ‘quem ama só a si mesmo se confunde com um deus’. Entre o morcego e o beija flor há apenas a beleza da composição da natureza e não diferenças ou energias dicotômicas entre bem e mal pela aparência e regiões que habitam. Permita que os dois entrem em sua morada, a natureza não pede licença, ela exige equilíbrio.


Nós seres inventamos o barco pra ir sobre as águas, o avião pra ir sobre os ares, a palavra para conectar as pessoas, a linguagem para amar. Em tudo há amor, potência. Amar é permanecer, cuidar. Todo ventre é luz para o mundo, oratório, nossa terra é a grande mãe que assiste nosso descaso uns com os outros, que reflete na rejeição do leite materno do planeta - estamos contaminando, queimando, destruindo por não cuidar de nós mesmos em função um do outro. Todo ventre é luz para o mundo, oratório.


Estamos presos nas normalidades tão atraentes do nosso mundo, capturados entre as retóricas restritas à superfície das condições humanas entre gostar e não gostar, entre bem e mal, entre energia positiva e negativa, entre o belo e o feio.


A ‘felicidade’ que parece com a ‘cura’ está na partilha, em partilhar a dança, a comida, o livro, os espaços, o abraço, a poesia.


Aqui isso se conclui com a figura do cuidador, aquele que não interfere, mas educa, aquele que não julga mas escuta, aquele trabalha mas não se vende, aquele que sofre mas não se permite adoecer. O cuidador está sempre acompanhado. O cuidador agrega, não segrega. O cuidador observa opostos e sintetiza. O cuidador transmite a informação.


(Jimmy Marcone)


terça-feira, 17 de agosto de 2021

DESPEJOS DA MENTE

    ABRAMOS ESTE LIVRO. 

    É conceitual, exsudando um pouco as dimensões de intersubjetividade que vão além da escrita e formatos das poesias naturalmente. Talvez desconfortável antes de pegar o jeito e girar a chave abrindo os dois hemisférios do livro/cabeça. não estranhe se ao segurar o livro parecer fulcral, remeter a postura do Hamlet, pois este livro joga com suas dimensões físicas livrescas não apenas seu conteúdo. 

    Um pouco minimalista, metapoético, metalivro. Tem como pilastras três elementos num só fisicamente: livro-crânio-cérebro, ou seja, três suportes, formas de registro. Ele parte dessa atmosfera material e adentra num subuniverso, subexpandido dentro de suas próprias conotações, entra na criação de conceitos e significados, palavras que se pôde extrair. Ainda sobre essa conjuntura criou-se jogos e detalhes com a intenção de distrair, inserir ou expelir o leitor, não deixando nada solto, todo o livro foi preenchido, tudo tem um motivo.

    O autor está contido nele através de dados como altura, peso, nome, datas... tudo transformado em medidas artesanais e métricas poéticas a busca por números introduzidos na estrutura dos poemas, nos espaçamentos, na narrativa, símbolos da identidade do poeta. Ele é o próprio livro-cabeça e o não-livro-mente ou vice-versa. Ao avesso. Oposto de suas ideias e criatividade. Personagem que se levanta. Caminha sobre os dois hemisférios. Será necessário encontrar o autor para desvendar segredos e detalhes? É uma obra que convida para sentar e discutir numa mesa com o autor, nem que seja para testar-lhe a paciência.



Acompanhem, curtam sigam e compartilhem as intervenções artísticas do autor. 

https://linktr.ee/JimmyMarcone

@marconejimmy

@jmslabarte

@ateliejimmymarcone

@livres_se

@cenario_invisivel











Sobre o autor?  JIMMY MARCONE

De Bezerros - PE. Aplica arte em diversas linguagens como forma de expressão e pesquisa, configurando atividades expressivas em diversos gêneros: Artista Plástico, Ator, Compositor, Escritor, Poeta, Ilustrador, Artesania, Bibliotecário, Produtor Cultural. Cofundador do projeto Livres-se: recite um poema e ganhe um livro. Integra a Cia Mecane de Teatro e Coletivo FDP.

Atualmente mantém uma pesquisa em teatro acerca da obra de Plinio Marcos, artes plásticas com temática cultural e poesia marginal.

Lançando o livro de poesias Despejos da Mente, livro experimental onde cria-se uma ambientação no próprio livro para encaixar as poesias e outros escritos tumultuando a atmosfera temática e diagramática. Trazendo jogos, segredos, combinações, alusões, conceitos e provocações.


quinta-feira, 22 de abril de 2021

As Crises do Curioso Cadáver de Jacinto Santos das Cruzes


I

"Ontem me vi defunto
com a minha face
proficuamente cadavérica
exposta aos vivos,
tive que esconder
meu próprio corpo
para que enfim
eu seguisse em morte."

(Texto do personagem de - As Crises do Curioso Cadáver de Jacinto Martins Santos das Cruzes)


https://www.instagram.com/p/CN-JdWOBl-o/


@cenario_invisivel

domingo, 18 de abril de 2021

Apóstolo Sujo "JJ" #1

"houve o tempo remoto em que o fazedor de afazeres (trabalhador) plantava e colhia do que plantava. 'Colhia exatamente do que plantava', diziam as almas no purgatório. Veio o capitalismo e a burguesia e passaram a colher das plantações e exercícios alheios, assim a aristocracia garantiu e permaneceu no céu e o chamaram de trabalhador deixou o purgatório, o qual subiu de cargo ao ver que usufruir do exercício alheio era vantajoso e passaram a ser todos merecedores do próprio inferno, mantendo o paraíso alheio sem ter acesso."
(Texto: Apóstolo Sujo "JJ" numa feira de Setembro, 25-2019).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

ANDRÓIDE PARANÓIDE [ e a Corporação Histriônica S.A.]

[no palco do cenário invisível]


ANDRÓIDE PARANÓIDE [ e a Corporação Histriônica S.A.]
(parafuso primeiro)

Fanzine lançado Jimmy Marcone em 22/12/2018, movimento marginal.




 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

#2 Descrições e Desvios de Um Sujo Indiscreto

Virtudes vírus e vórtices


(PunkNiil)

    Aos olhos cegos da religião fatalista, vazado com espeto direto na córnea, eis de novo o vírus é a vontade divina. A nação inteira respondendo as necessidades de um palhaço desgraçado e sem partido, balões e confetes. A condição do "cada um por si", Deus é lunático ou adorador de torturadores, contra todos no pais do "acima de tudo e em cima de todos", o retorno da extrema, extrema direita, extrema pobreza, extrema ignorância, crimes extremos, bandidos extremos. Os pastores estão caçando crianças, carimbando almas livres, trancafiando consciências, traficando espíritos, abusando de idosos. Atirando na lama os corpos inocentes que não pagaram o dizimo.


#1 Descrições e Desvios de Um Sujo Indiscreto

RETROALIMENTANDO


(PunkNiil)


 "O político não é o povo, não é a nação, se você está do lado do político está contra o povo, contra a nação."

(19 de maio de 2019)